O projeto Estação Antártica foi desenvolvido para o concurso de projeto da noda Estação Comandante Ferraz.

Um cenário de natureza tão particular nos sugeriu uma intervenção profundamente vinculada ao seu contexto, uma arquitetura que simbolicamente aflora do chão e passa a pertencer naturalmente à geografia do lugar. A imagem que intuitivamente nos inspira é a figura dos seixos: formas minerais sedimentares esculpidas pela natureza ao longo do tempo conforme o curso das águas, que caracterizam o solo desta praia gelada. A partir deste raciocínio, os três edifícios principais da nova Estação Antártica Comandante Ferraz se acomodam ao sítio orientados pela relação com a enseada, pela topografia do terreno e, sobretudo, pelas forças dos ventos predominantes, restringindo-se às áreas passíveis de ocupação descritas pelo Zoneamento Ambiental de Uso.

Para cumprir os objetivos de mínimo impacto do projeto, é preciso uma engenharia que alie uma tecnologia de ponta com alta capacidade de inventividade.

A superestrutura dos edifícios combina de forma inteligente as filosofias de modulação pré-fabricada e da construção convencional, concretizando a intenção arquitetônica, mantendo a qualidade, economia e rapidez da construção e minimizando o impacto ambiental a longoprazo. Quartos, áreas de trabalho e serviços são constituídos por módulos pré-fabricados com estrutura de dimensões padronizadas, baseados na geometria dos contêineres ISO e sua variante “highcube”. Cada módulo tem uma estrutura composta por perfis de aço que, quando unidos, formam uma superestrutura robusta e permanente, eliminando qualquer necessidade de reforço. Cada módulo pesaria menos de 6 toneladas, a fim de facilitar o transporte e a montagem no local. Dessa forma, a construção no severo ambiente antártico pode avançar rapidamente e de maneira econômica, mantendo alta qualidade da construção.